COUVE-FLORES NO CAMINHO

A batata faz seu doce,

mas o milho é bem milhor;

o forró da beringela

faz inhame...inhame... inhame...

Se viver não é alface,

não direi não coentro mais,

tenho até cará-de-pau

pra dançar o meu maxixe...

Beterraba é um chuchuzinho,

cebolando no terreno

com lacinhos de giló,

ao alegre som da salsa...

Mas a onda de abobrinhas

macaxeira a confusão,

quando chega o grão-de-bico

provocando o caruru...

Vou pular feijão-de-corda,

espinafre quem quiser,

afinal jamais me couve

ser exemplo de juizo...

Agrião, que vai passar

o desfile das ervilhas,

muitas milhas de folia

e de fogo nas chicórias...

Não me alho desse jeito,

que resolvo meus pepinos,

desde guando percebi

que só querem me arrozar...

E não vou tomate nada,

pro quiabo teus temores,

quero semear apenas

couves-flores no caminho!

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 16/11/2008
Reeditado em 17/11/2008
Código do texto: T1286389
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