A mão e o lápis

A MÃO E O LÁPIS

Julieta de Souza

O Lápis dançava no papel

conduzido pela mão do Rafael.

Girava e requebrava.

Ia e vinha em cada linha

lançando letras bem traçadas.

A mente do Rafael trabalhava,

por isso, o lápis bailava.

Indo... indo... indo...

Às vezes, desapontava.

Rafael não se importava

O lápis ele apontava.

O lápis girava.

Indo... indo... indo...

A mão que o conduzia

o fazia sempre retornar.

Mas não para o mesmo lugar.

Rafael queria sempre avançar.

Um pulo ligeiro,

abaixo a mão voltava.

O lápis novamente avançava.

Indo... indo... indo...

Um pulo ligeiro,

abaixo a mão voltava.

O lápis novamente avançava.

Indo... indo... indo...

Rafael não desistia

por falta de linha.

A mão dava reviravoltas.

Dava cambalhotas

até encontrar mais branco papel.

O lápis gravava a lição da repetição.

Com tão poucas letras,

tantas vezes repetidas,

em combinações infinitas,

avançando e preenchendo

o pálido papel

com palavras bonitas.

A repetição inteligente:

do jeito que deve ser a vida da gente!

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No canal do You tube - no mar da existência - postei um vídeo falando um pouco sobre este poema para as crianças.