Um Qualquer.

Era um menino como outro qualquer.

Que tinha um pai normal e uma mãe normal.

Aliás, não era. Ia ser, pois tudo nele estava se construindo.

Ele, como um outro qualquer da sua idade, fazia algumas tantas besteiras de garoto. Tudo normal. Padrão de adolescência.

Mas um dia...(sempre há Um Dia nas histórias das vidas das gentes)...

Um dia...seu pai normal não estava no seu normal.

Sua mãe normal não estava no seu natural.

E ele ali. Fazendo sua meia dúzia de besteiras do dia (normal!)

E os pais resolveram dizer meia dúzia de palavras. Palavras doídas.

"Você nunca obedece.

Você ainda vai me matar!

Não posso mais suportar tuas besteiras!

Por que você não desaparece?

Sabe o que mais? Você ainda vai ser um delinqüente!"

Os pais estavam decididos, parecia. E ele, muito chateado.

Pensando até que era para isso mesmo que os pais serviam.

É mesmo... Ele precisava obedecer.

Urgente. Pronto.

Nunca tinha pensado nisso, mas ia obedecer seus pais.

Desapareceu de casa.

Tornou-se um delinqüente.

Denise Paredes
Enviado por Denise Paredes em 07/09/2008
Reeditado em 29/05/2010
Código do texto: T1166664