Adolescência
Teu corpo me abraça,
gostaria alabastrino,
e se tu após a menarca
fica gorda ou franzina;
mas não faço engorda imensa
na hora da segunda estrofe,
abaixo do crânio que pensa
cultivo alargado tórax;
mas de barriga afina
em verso hexassilábico,
os lábios da menina
olho c’os olhos estrábicos.
Sois cabeça tronco e membro, poemeto;
nada sou sem teu sentimento forte;
sempre cumpro as juras que prometo,
a incoerência não ajuda a sorte.
Sou um improviso que deu certo,
nunca o acaso me deixou a vista turva;
na sinuosidade aceito a curva
antes de partir estive no deserto.
Se o corpo
do poema é esquisito,
um copo é
pré-requisito.
Verás um polissílabo
de cinco sílabas
escandidas pelos lábios
de uma ladra;
ou fada se souber
a mágica do latrocínio
de ao oferecer a úbere
tornar-me menos cínico,
pois peço sua atenção,
como pedinte a mulher,
que sente no coração
ao ler o poema que lê;
claro, apenas para numa fresta
olhar o poema acabado;
em ritmo de grande festa,
rock'n'roll, samba e xaxado.