Mar de Espanha

Meu pai me falava de Mar de Espanha

Aliás, não falava...deixava no ar...

e eu,um sorriso no canto da boca,

Fantasia solta, deixava voar

E navegava em sonhos nos cinco sentidos

Cruzava as montanhas de Minas Gerais

E ao conhecer então, os meus primeiros medos,

Voltava ao calor da casa de meus pais

Meu pai ás vezes era uma figura estranha,

Capaz de um carinho, depois de espancar.

Meu pai me falava de Mar de espanha,

Como quem falava de Pasárgada

Seu riso orgulhoso ao ouvir minha música

Descoberta nova, herança feliz

não entendí meu pai, guardar seu clarinete

E vende-lo,calado, a um jovem aprendiz

A veia do artista,as mãos do operário,

Meu pai me passava, em se aperceber

seus sonhos, seus medos, sua Mar de Espanha,

Seu grito calado, que não vai morrer.

Aecio Flávio
Enviado por Aecio Flávio em 06/08/2005
Reeditado em 18/04/2006
Código do texto: T40845