Solitário em botecos vazios

O que fizemos ó meu amigo com os sonhos que tínhamos?

Em que canto bagunçado da velha república universitária

Depositamos nossa essência e verdadeiros anseios?

Sabe velho camarada, hoje revirando caixas antigas

Achei as fotos daquele tempo; tempo que nossas

Vidas tinham como melodia o ranger dos violões

Com microfonia nas velhas caixas amplificadas.

Tempo que a solidão e a distância dos familiares era suplantada

Pela companhia que fazíamos uns aos outros.

Por onde andamos e o que fizemos nestes últimos anos?

Encontramos a felicidade, longe dos sonhos da adolescência?

Espero que estejam bem velhos amigos, eternos irmãos.

Estou tocando minha vida, não com a mesma satisfação que tocava

Minha velha Guitarra.

Ando solitário em botecos vazios, enquanto pessoas vazias frequentam botecos,

Solitárias também em busca de alguém para acompanhá-las numa cerveja

E ouvir as velhas histórias de tempos difíceis onde a simplicidade

Deixava-as satisfeitas com pouco.

E vocês que estão fazendo? Mandem um postal do lugar onde estiverem.

Eu estou aqui, onde sempre estive e ando

Solitário em botecos vazios, enquanto pessoas vazias frequentam botecos,

Solitárias também em busca de alguém para acompanhá-las numa cerveja

E ouvir as velhas histórias de tempos difíceis.

Roberto Codax
Enviado por Roberto Codax em 22/06/2014
Reeditado em 22/06/2014
Código do texto: T4854615
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