O baile ainda não acabou

Esta canção foi feita por mim em abril de 2007, na intenção de voltar aos tempos dos bailinhos juvenis dos anos 60 e 70, que fizeram parte da minha adolescência, aqueles de garagem.

Jovens e sonhadores, ingênuos e românticos, começavamos a olhar as meninas de outra forma, a se preocupar com limpeza e aparência, imitar os ídolos que todos "curtiam", e ficar a par de tudo o que acontecia e que interessava ao meio.

Já não éramos crianças, e muito menos adultos, achavamos que nossos pais não nos compreendiam, o que era um engano, eles haviam sido exatamente assim na sua época, e percebiam a mudança . Tudo era lindo, de verdade e sem enganos.

Na canção falo de uma jovem que espera o seu par, e este não aparece no baile, e mesmo que ache tudo perdido, um outro alguém a observa com interesse, e a fantasia pode acontecer , se permitir.

Em todos os bailes haviam aquelas músicas especiais, que traduziam os sentimentos, sempre embaladas por uma bela melodia, que nos fazia sair do chão, e esta química era maravilhosa, sobretudo quando éramos correspondidos , mas na verdade sempre nos fazia sonhar acordado...

" Eu sei como você está , bonita demais, de cabelos soltos e de blusinha lilás, diferente das outras , e para mim a mais bonita de todas, com a cor que mais me encanta. Saiba que percebi a sua aflição, e sei o motivo, percebi a sua lágrima perdida, e eu quero estar com você, e te fazer feliz neste baile, vamos ficar juntos ,e dançar, está bem ?"

" Veja, todos estão dançando agora, esta música é linda , e estão felizes também. Podemos dançar, se você quiser, o baile não acabou..."

A letra da canção;

Não vá embora

A festa ainda mal começou

Os convidados ainda não chegaram

Você está aflita demais,

Esperando esse alguém / Que não chegou.

Esconde uma lágrima perdida,

Achando que tudo já se acabou

E mal percebe que alguém já te olhou

Você está bonita demais

Cabelo solto e de blusinha lilás,

Ouça mais esta canção

Que possa ainda te falar de amor,

E aos pares, pessoas a dançar,

Se permitindo sempre um recomeçar,

Uma vez mais...mais uma vez ...

Foi engraçado, pois a princípio pensei em vestido lilás, mas eu nada sei de moda feminina, e poderia errar feio, pois os rapazes não reparam em vestidos, falar da blusa convencia mais.

A "lágrima perdida" era uma expressão muito cantada nos anos 60, a tristeza adolescente de uma jovem, que achava que tudo estava perdido, e que o mundo havia ruido. Tudo era exagerado, romântico ao limite, mas muito belo, os valores não mensurados , e onde o dinheiro ( por exemplo) não fazia parte, ninguém tinha e ninguém sentia falta.

Os bailinhos eram nas garagens ou nas salas , com vitrolinhas e discos de todos, não havia nada ensaiado , tudo acontecia naturalmente, e bebia-se rum com Coca-cola (cuba livre), bem fraquinha, porque o rum era caro e tinha que dar muitos copos.

Também jogo a luz no rapaz que a observa, para fazer o par romântico desta canção, apesar que a musa é a principal, a moça da blusinha lilás. Representa todas as garotas da minha época, com quinze ou dezesseis anos, um pouco mais ou menos, o que pouco importa, assim como os padrões de beleza, a música retrata uma época, a minha , e esta foi a intenção.

Eu estou no baile, e você ?

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 17/07/2014
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