Pobres rubís

A canção "Pobres rubís" é de agosto de 2013, está em "Dó maior" , que é o meu acorde preferido.

" Luz que invade o quarto , pela janela...

Traz um rio de cores, que me envenena,

Sonhos e tolices, que me dão pena,

Das ruas tão descalças, de triste penas...

Que cidades de pobres rubís

Lentes sujas que estão sem polir

São as vozes de tolos poetas

Que recitam seus sonhos febrís,

Das sacadas ouvindo o esplendor

Das mais lindas cantigas de amor,

Vão tocando no fundo da alma,

Nos acordes de rimas e de dor.

Luz que invade o quarto, pela janela...

Traz um rio de cores , que me envenena,

Que cidades de pobres rubís

Lentes sujas que estão sem polir,

Nesse pátio tocaram a alma,

E de rubro tingiram os rubís... "

Esta música é um apelo a que se olhem as pessoas com mais cuidado e menos julgamento, principalmente os tolos, os poetas, os sonhadores ,os que estão espalhados pela cidade, ao longo das alamedas, nos bancos das praças com a barba por fazer, nas rotas das rotas...enfim, é um pedido para que se preste atenção, pois olhamos o mundo pelo cristal embaçado das nossas lentes, e a nossa agenda, a mesma que apodrecerá nas gavetas do tempo, nos impede de parar , e de ver .

Não me incluo nesse círculo, mas nos que já poliram a sua lente, e prestaram atenção com mais cuidado, e ver que existe tanto talento perdido, sem técnicas, sem padrinhos, sem dinheiro, verdadeiras inteligências desperdiçads pelas esquinas, e muitas morrem sem terem sidos ouvidas de verdade, obras dos anjos descuidados , para poder ilustrar esta poesia. Verdadeiros rubís !

Quando vamos ao centro de São Paulo nos deparamos com seres humanos de todas as espécies, e é de uma riqueza singular, só encontrada nas grandes metrópoles, e são corações que pulsam , como o teu e o meu, e há muito desperdício , ao passo que dentro dos andares dos escritórios "alguns" privilegiados não valem absolutamente nada, e olham com desprezo , sem conseguir ver muito mais do que as aparências, pois a vida se resume a carreiras bem sucedidas, ao próximo que assumiu o cargo desejado, ao chefe que terá que viajar a Londres na semana que vem, a bolsa de valores que oscilou pela guerra do golfo...e por aí vai, puro lixo aos pedaços , sombras das sombras das escuridões , sem luz que invada o seus quartos pela janela. O despertar para a "palavra" e o seu sentido mais pleno , o "amor ao "próximo", exercício constante que devemos praticar todos os dias de nossas vidas, e pelos séculos dos séculos.

Aragón Guerrero
Enviado por Aragón Guerrero em 21/08/2014
Reeditado em 02/05/2015
Código do texto: T4931054
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