O Lago da Vida

              
Como podemos julgar outras pessoas, se mal conhecemos a nós mesmos? Em verdade, julgamos o outro não pelo que ele é, mas pela forma como ele nos impressiona. Se nos agrada, é absolvido; se nos desagrada, é condenado.  Nossas impressões sobre os outros são condicionadas pelos paradigmas criados pela nossa história, nossa cultura, nossa forma de entender a vida, a sociedade e as relações.
 

A forma como recebemos uma manifestação alheia diz mais sobre nós mesmos do que sobre aquele que se manifesta.  Portanto, nossa reação ao outro é problema nosso! E, se nesta manifestação do outro houver qualquer tipo de maldade, o problema é de quem a manifesta. 
 

Só podemos julgar e agir sobre o que podemos ter absoluto controle: nós mesmos. Não podemos mudar os outros, a não ser com exemplos. Mas, para dar o exemplo, temos primeiro que mudar a nós mesmos. 
 

O que vemos nas outras pessoas pode ser um reflexo de como na realidade somos. Se não amamos a nós mesmos, vamos achar que ninguém nos ama. Se somos severamente críticos em relação aos outros, vamos crer que todos são severamente críticos em relação a nós. Se somos desonestos, todos à nossa volta parecerão desonestos também. E, se somos gentis e amáveis, veremos gentileza e amabilidade em todos os que nos rodeiam.

 

* * * *

 
        Um dia chega à cidade um forasteiro e se dirige a uma senhora sentada num banco da praça:

       -Estou pensando em me mudar para esta cidade. Como são as pessoas aqui? -  pergunta o recém-chegado, ao que responde a senhora:

       -Como são as pessoas em sua cidade?
 
       -Ah, são muito desagradáveis, não gostam de fazer amigos e vivem perseguindo as pessoas; por isso mesmo é que quero me mudar.
       
       -Aqui também - diz a senhora - as pessoas são muito desagradáveis, não gostam de fazer amigos e vivem perseguindo as pessoas.
 
       E o forasteiro se foi, em busca de sua cidade ideal. Dias depois, outro forasteiro chega à cidade, e se dirige à mesma senhora no banco da praça:

       -Como são as pessoas aqui? 

       -Como são as pessoas em sua cidade? - pergunta a senhora.

       -Ah, são doces e amáveis, amigas e cordiais, muito sábias e caridosas.

       -Aqui também - diz a senhora - as pessoas são doces e amáveis, amigas e cordiais, muito sabias e caridosas...

  

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 A vida é como um grande lago. Ele reflete a imagem de quem olha suas águas. Quando olhar o lago da vida, não critique o lago; perceba seu próprio rosto, que está ali refletido, e sorria para o lago da vida...  e, então, ele lhe sorrirá de volta!
 
 

Roberto Guelfi
Enviado por Roberto Guelfi em 25/05/2019
Reeditado em 26/11/2023
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