NATAL- O PRESÉPIO

Era um povoado lá do interior de Minas Gerais. Lá na colina estava a igrejinha, a casa onde o padre se hospedava por ocasião da missa ou festa, o que acontecia uma vez por mês, ou num dia especial. Ali, bem pertinho, no casarão de minha tia Selva, as vésperas do Natal, algo acontecia de muito importante: a armação do presépio, uma tentativa de réplica onde nasceu Jesus. A minha tia era Professora. Naquela época, eu deveria ter uns doze anos. Toda a família participava com aquele entusiasmo do espírito Natalino, onde todo mundo se contagia. Imbuído naquele espírito Natalino, eu estava ajudando a montar aquela estalagem, que no final, para mim, o filho de Deus estaria ali em forma de criança. Assim, é que num canto daquele casarão, eu minha tia e primas, dávamos forma ao nosso projeto. Folhas de papel marche iam sendo transformadas em granito e a seguir montadas de pedra, naquele recanto e uma gruta, aos poucos, ia se materializando. Parecia que o menino Jesus estava ali nos orientado como deveria ser. Mas ainda faltavam muitas coisas: os lírios do campo, a vegetação ao redor da manjedoura, os anjos e os demais detalhes que dariam forma ao local onde Jesus nasceu: a grama de arroz recém nascidos no meio de um mini açude de lata. Caminhos de areia e terra e muita vegetação. Buscamos os lírios, a grama, a areia na beira do rio, acabamos de montar a estalagem. Entretanto, faltavam os personagens: os Reis Magos, o Flautista, os animais (carneiros, os bois e demais componentes da fauna). Após ter conseguido aquilo que parecia mesmo uma gruta de pedras de granito, colocamos ali os personagens que faltavam esculpidas com argila por uma artesã local. Estava pronta a estalagem para agasalhar o filho de Deus e sua Mãe Maria. Na véspera de Natal, era o dia do terço e a chegada do menino Jesus com sua mãe. E, assim, aconteceu, aquele povo humilde, aos poucos, iam enchendo aquela sala imensa, o presépio lá no canto; ajoelharam-se e resaram o terço colocando em seu devido lugar o personagem que faltava.O menino DEUS. E com muito respeito resaram o terço.
“GORIA A DEUS NAS ALTURAS E PAZ AOS HOMENS DE BOA VONTADE”.
Este Natal não tinha peru, os presentes consistiam naqueles pacotinhos de balas coloridas em forma de cabo de guarda-chuvas, colocados nos sapatos e colocados na janela , pinheiro enfeitado nem influencia da Midia. Era uma comemoração humilde, verdadeira do nascimento de Jesus.
CÁ DO MEU CANTO DO RECANTO ESCREVI ESTA MENSAGEM, REAL QUE VIVI NA MINHA ADOLECENCIA. DESEJANDO A TODOS UM FELIZ NATAL eCHEIO DE FELICIDADES E MUITA
PAZ E SERENIDADE NAS FAMILIAS.