Abrace sua Esperança , Abrace o planeta

Eu fui movida a escrever as linhas que se seguem... Não sei na verdade porque elas fluiram, talvez seja reflexo das emoções que me tomaram...

Eu olhava meu jardim e pensava na possibilidade passada de me mudar daqui e deixar tantas belezas... O que o próximo morador faria com estas plantas? As trataria bem, ou iriam arrancá-las todas?

Não consigo parar de me encantar com cada folha ou flor nova que nasce aqui...

Então me lembrei de um pacto que fiz com meus filhos...

Pedi a eles que jamais vendessem esse chão, pois na verdade ele não é nosso. Mesmo que a casa fique vazia e todas as plantas invadirem todo o terreno, que mantivessem a guarda e por nada nesse mundo o vendesse.

Que eu vibro para que o futuro deles seja próspero e que com isso possam conseguir outros terrenos, terras, mas que nunca se esquecessem: não pertence a vocês, nos foi emprestado!

"Mantenha o pedaço de chão que Deus nos deu e permita que a vida se manifeste nele para que o curso da Vida continue... Mesmo que seja um terreno, mantenha um pedacinho do planeta igual, ou melhor, de como o recebemos. Esse pedacinho de chão muitas vezes foi nosso céu: jamais permitam que ele seja destruído!"

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Passei boa parte de minha vida tentando mudar e evoluir. Até um certo momento em que percebi que sem atitudes as mudanças não vêm. Levei muito tempo para perceber que falar e pensar não basta; que tudo acontece de dentro para fora; e que atitudes são nossas palavras e pensamentos reais materializados. Foi uma vida tentando entender a Vida!

Todos os seres humanos questionam-se sobre quem exatamente são e o que fazem aqui. E a dificuldade em encontrar respostas torna perceptível um estado de inércia e comodismo para compreender o que é essa busca. Para suprir as lacunas interiores que essas questões deixam, os humanos vivem suas vidas correndo em busca de uma superação e superioridade que existe apenas em suas mentes.

E cada vez mais, parece distante a consciência de quem se é, do que se faz aqui, e da necessidade de abrir-se para uma verdadeira realidade.

Quantas pessoas puderam parar diante do nascer ou por do Sol, ou do milagre de uma flor se abrindo, ou se perdeu no olhar de uma criança, e apenas sentiu e mergulhou dentro de si mesmo, esquecendo os vãos valores de suas vidas?

Há pessoas com a idéia fixa nas plásticas estéticas para tornarem-se mais bonitas, há pessoas usando qualquer recurso para tornar-se mais popular, há pessoas tentando alcançar o poder e dentro delas há também um sonho utópico de quem sabe, dominar o mundo... Há pessoas que vivem sempre diante de um espelho invisível onde podem ver apenas a si mesmas, e essas vivem no mundo como se fossem os únicos habitantes da face do planeta: os demais passam a ser marionetes ou imagens de um cenário em uma realidade individualista... Há pessoas incapazes de colocar-se no lugar de seu semelhante e perceber que o outro sente as mesmas coisas e desejam as mesmas coisas também...

De que adiantará a beleza física exterior quando os futuros acontecimentos nos surpreender? Poderá a beleza salvar alguém dos efeitos do aquecimento global?

De que adiantará sua popularidade quando em meio ao caos sua voz não puder ser ouvida, e em seus brados não houver nenhuma palavra de sabedoria e sensatez?

O que se pode fazer com o poder obtido, se ele na verdade é uma ilusão e a única verdade é que nada aqui neste mundo é realmente de alguém? Crê ainda assim que possuí algo? Então porque precisa pagar pelo carro do ano que conseguiu comprar, se ele já foi pago? Porque é preciso pagar para ter direito a uma saúde perfeita? Nada definitivamente pertence a alguém...

Um dia, depois de descobrir o que faço aqui neste mundo, outras questões vieram e a mente não se aquietou mais.

Por muitos e muitos dias, por várias e várias vezes me perguntei por que acreditar, por que lutar, e por que tentar mudar algo a minha volta que não depende simplesmente das minhas mudanças internas...

Sempre oscilo num misto de sentimentos estranhos demais, que não consigo explicar, definir ou expressar...

Ao mesmo tempo em que surge no íntimo uma repulsa e indignação pela humanidade desmerecedora de seu bem maior - a dádiva da Vida neste planeta - um amor profundo me toma tão forte que ao mesmo tempo creio que todos mereçam receber as bem aventuranças.

Uma única voz em meio a multidão não pode ser ouvida... Uma única face entre tantas outras não parece diferente das demais e passa desapercebida... Então, por que se importar com a Lei Maior e tentar cumpri-la? Por que não se importar apenas com a própria vida e se beneficiar da evolução que conseguiu ou dos caminhos possíveis para autobenefícios? Por que insistir em repetir palavras e atos, como que lançando pérolas aos porcos ou sementes ao vento Norte?

Quando se cumpri a Lei Maior, se percebe que independente de onde habitamos somos um só e nosso espelho passa a ser nosso semelhante. Uma mente que evoluí tem um senso de coletividade consequente da Unidade e não consegue viver bem quando seu semelhante não está... Qualquer coisa jogada aos porcos os alimenta, e qualquer semente lançada ao vento é levada por ele e fecundará no lugar apropriado.

Quando se insiste em determinadas coisas neste mundo cuja maioria não percebe, não se importa, não quer o peso da responsabilidade ou compromisso, se está tentando não converter os demais as próprias verdades, nem muito menos tentando galgar os postos de superioridade que a maioria busca...

Quando se persevera naquilo que é considerado pelos inertes como Utopias, na verdade se descobriu o caminho para iniciar uma evolução... Se está compartilhando com os demais para um Bem Maior... Quando se insiste não se está desejando atos superficiais e aparentes corações generosos, mas se tem a consciência de que palavras são apenas palavras sem os atos... E a prática constante naquilo em que se acredita faz evoluir.

Todas as mudanças necessárias para a humanidade para que o caos, a violência, as guerras, os conflitos e o mal cessem em todas as áreas da vida humana não é de fato uma luta vã que se empenha em cima de coisas que perecem e possuem seu tempo de duração. É assim que as mudanças internas virão!

Portanto, os corações marcados pelas lutas neste mundo não devem fraquejar, muito menos desistir... Pois, cada vez que seguimos, tornamos nossa convicção mais enraizada, e somos capazes de auxiliar os outros a mudarem. Sempre que fizermos uma pergunta, a resposta mais cedo ou mais tarde virá. Com ela, outras questões virão. Nisso há evolução!

Abrace sua Esperança, sua fé, sua convicção. Nada neste mundo é acaso e não é acaso que você compreenda o mundo como o vê. Abrace forte e não se deixe abater: talvez neste momento isso seja a única coisa real que você tenha para se apegar e seguir.

Siga! Evolua! O planeta não te pertence: ele te foi emprestado para seu tempo de estadia aqui! Se você não tem consciência disso, não pode evoluir!

São Paulo, 18 de Abril de 2009.

Shimada Coelho A Alma Nua
Enviado por Shimada Coelho A Alma Nua em 22/04/2009
Reeditado em 22/04/2009
Código do texto: T1552572
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