O VERBO É UM ESTILETE

“Oi, Moncks! Acho que tuas poesias são como um tropel. Que dureza! Me perdoa se sou indelicada, mas gosto mais de levezas. Dirás, talvez, que a vida não é feita de levezas. Um abraço grande da Vany Campos.

– pelo Orkut, às 12h23min de 01/06/2010.”.

Amada, este teu recado é de uma beleza e sabedoria ímpares. Uma das melhores constatações que recebi até hoje. Considero-a um primoroso elogio. Sabes por quê? É que me filio à corrente do realismo, pelo qual a Poética contém algum prisma da realidade, e não somente "a arte pela arte". Numa palestra, no início da caminhada, lá em 1979, uma estudante do ensino médio, levantou-se e disse que não lia Poesia... E eu perguntei o porquê. Ela disse que a "Poesia não era verdade, que não tinha correspondência na vida, que o Amor que os poetas apresentavam não era o mesmo que ela via todos os dias...". E o verbo do espectador que eu queria viciar em Poesia e Verdade entrou em mim como um estilete...

– Do livro O NOVELO DOS DIAS, 2010.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens/2297146