PRATICANDO A DIALÉTICA

Estimada confreira! Sim, eu o li o texto e o excluí, depois de te mandar a resposta, que é o que sempre faço com todos os orkutianos, pra não entupir a página com inúmeros recados. Leio e apago – esta é a regra. Ajo assim com todos os interlocutores. Porque esta é a maneira que encontrei para controlar o recado que já foi objeto de resposta: descartá-lo. No caso em apreço, percebo que não é do teu interesse a análise crítica... De minha parte, quanto ao mérito do texto descartado, por ser uma concepção que prejudica o meu trabalho, contraria e nega a minha linha de atuação, que é a de acreditar na ANTÍTESE, como fixou Hans Hegel, o filósofo alemão: somente se consegue chegar a uma SÍNTESE depois de provocado, instigado por idéia em oposição à nossa. Sei, isto importa em sofrimento psíquico, ao ponto de, por introjeção, o criticado vir a criar novo texto com indignação, para expulsar os demônios que o assediam... Temos linhas diferenciadas de concepção – subjacentes – e, também, na abordagem teórica, na qual estão alinhavados conhecimentos de Psicologia. Como és profissional da área da psique, tu já os tens por sedimentados, e terás de procurar algum interlocutor que tenha concepção psíquica do ato de criar dentro do protecionismo do irmão-confrade necessitado, e não dentro da minha prática... Peço-te muitas desculpas, mas eu apenas queria atender aos teus pedidos iniciais de "não me abandones!”, reiteradas vezes enviados... E eu avaliei mal, indo, de pronto, a fundo, na monitoração e no aconselhamento dialético da criação textual, mormente no poema, que é a minha praia e confessa paixão... Releva-me, peço! Todavia, duvido que o costumeiro vezo do “tapinha nas costas” possa vir a induzir à confecção de bons textos, em Poesia. Até o amor tem os seus tapas e beijos, segundo diz a canção popular. E tu já deves saber: voz do povo, voz de Deus...

– Do livro PALAVRA & DIVERSIDADE, 2011.

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