Muito Além da Horta...
 

É enorme a perplexidade diante de tantos flagelos que assolam o mundo moderno: as guerras, a violência urbana, o terrorismo, as drogas, a corrupção, as barbáries ambientais e outros tantos, derivados dos desequilíbrios éticos, sociais, políticos e econômicos. Parece que o otimismo não pode vingar nas mentes e nos corações humanos, quando tudo parece desmoronar à nossa volta.
 

Otimista irreparável, tive minhas convicções testemunhadas pela observação de uma simples lei natural, há muitos anos, quando um jardineiro, expressando a pureza de sua sabedoria, assegurou-me a certeza de um futuro melhor para a humanidade. O otimismo consolidou-se em mim, apesar de todas as calamidades que afligem nosso dia a dia.


Estávamos apreciando minha horta quando observei, em meio à plantação, uma abóbora já bem madura, quase apodrecendo. Ocorreu-me perguntar-lhe se a semente também apodrece, juntamente com o fruto, ficando assim inutilizada. “Não senhor”, asseverou o jardineiro, “ao contrário! Quando o fruto apodrece é que a semente tem mais força; é aí que ela deve ser plantada para gerar frutos melhores”.
 

A resposta do jardineiro me fez enxergar, em ampla perspectiva, o processo de evolução da humanidade, em perfeita consonância com o processo de evolução natural de um simples fruto, ambos os processos obedecendo a uma só Lei Universal: a lei da evolução cíclica dialética.


Nosso mundo, assim como aquela abóbora, está, sem dúvida, apodrecendo. Mas, suas sementes, pequeninas, quase invisíveis, estão aí, fortes e vigorosas, prontas para criar um novo mundo. São seres humanos desconhecidos, em todas as partes do mundo, simples, puros, idealistas e conscientes de sua missão, como você talvez, a quem hoje não se atribui nenhum valor, mas que trazem a promessa de uma vida em harmonia, repleta de tolerância e amor.
 

O fruto em decomposição começa a separar-se de suas sementes cheias de vida. O joio começa a separar-se do trigo. A exacerbação dos defeitos, neste fim de ciclo, é acompanhada pelo florescer das virtudes, pouco enaltecidas e preservadas do cenário decadente e destrutivo, mas presentes onde sua função construtora é requisitada.


O que você pode esperar de seu futuro, é uma questão de escolha pessoal. Você pode escolher colocar-se do lado do fruto que está apodrecendo, ou das sementes que sem alarde, quase sem serem vistas, longe dos holofotes da mídia, já estão construindo o mundo maravilhoso do nosso amanhã.
 

A escolha é sua. E a responsabilidade também!