A felicidade

A alegria é uma dama inconstante, dá e passa, quem trata a tristeza como dama inconstante também, talvez equilibre a balança. Contardo Caligaris, psicanalista italiano casado com uma gaúcha crê que a felicidade atrapalha, é mito. Concordo com Contardo. Claro que a vida não é feita só de momentos, a vida é feita mais de labuta para que existam os momentos. Moacir Costa Lopes - o ficcionista do mar - acha que a esperança também atrapalha o raciocínio. Discordo em parte, para mim esperança é sinônimo de base e projeto. A euforia é a manifestação histérica da alegria, e na maior parte das vezes é abismo. Sentir satisfação e orgulho de não pesar a ninguém é uma alegria mais constante, sei lá, devo estar mais num ensaio a la Montaigne do que filosofando. O sabor da conquista de um lugar subjetivo noutra cabeça ou em outro coração também é trabalho, às vezes mais difícil do que "vencer na vida". A alegria mais perto da felicidade não é devaneio. Nas horas de compreensão mútua seja entre pais e filhos, amigo e amiga (o) ou homem e mulher a felicidade se transforma instantaneamente em memória ( base ), no mais nem tudo é ilusão, a ilusão impede que haja a fantasia ou o sonho de verdade. A ilusão não suporta a frustração e aproxima a tristeza, creio que não seja o caso da autora, do quadro depressivo. A euforia e a depressão são os opostos que se atraem. Felicidade é memória ou realização, o mais dá e passa.

Fabio Daflon
Enviado por Fabio Daflon em 23/09/2020
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