Comunidades

No decorrer de sua existência, os seres humanos sempre buscaram mecanismos para facilitar a convivência e, sobretudo, a difícil sobrevivência na superfície deste majestoso pla-neta denominado Terra; esta gigante mãe que viaja, elipticamente no espaço sideral a uma velocidade considerada de 107.000km por hora.
Durante essas ininterruptas odisséias foram surgindo os atalhos por onde eles passa-ram a descobrir as maravilhas naturais nas entranhas deste sistema encantado. A partir de então os meios de comunicação também foram se aperfeiçoando ao ponto da escrita se tornar a fonte mais eficaz para que ele, o ser humano, registrasse sua história com as próprias mãos.
Desta forma o tempo não varreria de sua memória as infinitas lembranças, seus fei-tos heróicos, suas conquistas e descobertas que ficaram encravadas no berço de um longínquo passado. E foi assim que a evolução desse espécime tão diferente dos demais ganhou notorie-dade, visto que somente ele possui desenvoltura intelectual para descobrir fatos novos e a-gregar às suas necessidades naturais. Porquanto, isso lhe trará inúmeras vantagens para no-vas empreitadas com o intuito de interagir no ambiente qual a uma teia infinita, chuleada, di-reta ou indiretamente a todos, como se fossem elos invisíveis.
Portanto, longe ou perto, as pessoas são sempre um alento para o espírito; um esplen-doroso feixe de luz adiante dos olhos... Esses seres iluminados escrevem seus nomes em nossa memória com a mesma clareza que o sol rompe o pálio da noite reativando a natureza adorme-cida durante algumas horas. São comparáveis aos substratos que alimentam todas as classes de vida terrestre.
Suas palavras, ora adocicadas com o néctar, às vezes duras como aço carbonado são imprescindíveis, pois nos desviam dos caminhos sombrios que nem sempre têm volta. Elas são como espadas que nos tocam onde quer que estejamos sem nos ferir, porque suas lâminas ofe-recem as fatias mais deleitosas do saber para a realização de um ideal. Logo, na ausência des-ses elementos a amplitude da nossa visão fica limitada e encortinada pela névoa da incerte-za... Sem eles não vamos a lugar algum!
Semelhantes a uma estação, cuja capacidade acolhe todas as bagagens com destino a qualquer lugar que se queira ir, eles sempre estão lá nos aguardando de corações abertos. E ainda que por um determinado motivo se tenha perdido algum, a ESSÊNCIA de seus conheci-mentos jamais perderá a validade porque são diferentes de qualquer matéria que se dissocia com o tempo! São como as camadas irisadas de nácar que envolve lentamente um minúsculo grão de areia para depois transformá-lo – tal qual a uma mágica - numa valiosíssima pérola!
Aliás, pode até se dizer sem nenhuma sombra de dúvidas, que o ser humano é um ver-dadeiro arquivo ambulante – uma enciclopédia viva - onde é possível encontrar todo tipo de informação... E o tempo é o maior espelho de todas essas verdades, porque quando semeiam coisas boas em nossos caminhos o resultado é excelente!
Assim é o diversificado universo desta incrível criatura, listada e inserida dentro de suas comunidades exercendo as mais variadas profissões... 

                                                                              ... fevereiro de 1998 ...


Milton Cavalieri
Enviado por Milton Cavalieri em 15/12/2006
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