Mãos

... que iniciam uma vida,
Que enxugam lágrimas, sulcam a terra,
Mãos delicadas e sensuais que passeiam
por entre corpos entrelaçados, ardentes…
Mãos que pintam; 

Ah!!! mas com que sutileza!

Que navegam nas linhas mágicas da poesia,
Mãos que romperam fronteiras,
Por meses a fio singraram mares...
Mãos que dilaceram corações sem tocá-los,

Que acariciam, que incitam, estimulam,
mas também afastam perigos...
Mãos que acenam um adeus,
e deixam saudades quando partem,

Que acolhem os infelizes, os derrotados...
Mãos que levam mensagens, que fazem amigos...
Que abrem portas e janelas...
Mãos que subtraem de um instrumento
as mais belas notas musicais,

Mãos...

Velhas mãos;
Trêmulas, enrugadas, cansadas, marcadas pelo tempo,
Que açoitam, que repreendem...
Mãos que operam o milagre em hospitais…

Às vezes suplicam, se crispam
envolvidas por uma imensa ansiedade,
Mãos que já partiram silenciosas,
Que surgem em cada esquina,
Nos casebres, nas mansões...

Mãos que falam por si só
quando lábios úmidos se unem,
Que levam o progresso,
mas que também condenam,

Mãos de todos os dons...
De todas as tonalidades!
Mãos de MÃE!
Tuas Mãos!!!
                     20 de Agosto de 2002
Milton Cavalieri
Enviado por Milton Cavalieri em 02/10/2005
Reeditado em 01/10/2006
Código do texto: T55697