Foi numa tarde de verão, que sentada no banco do jardim, embaixo de um arbusto carregado de flôres perfumadas, que a menina pegou um pedaço de folha do caderno onde estudava e rabiscou uns versinhos, inspirada pelo momento em que ali, só, em companhia da natureza, sentia-se parte dela, mas do que o costume. Havia despertado algo em si, uma vontade de contar as belezas do local,,fazendo alarde junto aos pássaros que cantavam. Rabiscou então palavrinhas simples, guardou o papel, continuou seu trabalho escolar. No dia seguinte, na aula, já havia esquecido o fato, quando a professora pegando seu caderno achou o rabisco, leu e disse: você tem muito jeito para escrever, sabe colocar imagens e relacioná-las com bom conteúdo, além do romantismo. Guarde esse poeminha e faça muitos. Poderá ser poetisa ou escritora  ou pelo menos, mostrar depois aos filhos e netos o que fêz. A menina de longas tranças ouviu isso, ficou vermelha pelo fato da professora ter lido suas garatujas poéticas, mas guardou sim o seu papelzinho e ao chegar em casa contou o ocorrido aos pais que apoiaram. Na verdade, seu pai a presenteava com muitos livros, dos quais ela gostava muito e passava horas lendo-os, ou melhor devorando-os, principalmente em dias de chuva intensa, onde não podia correr pelo campo ou brincar no seu jardim encantado. Foi assim, sem muita noção, escrevendo seu diário onde contava seu dia a dia, felicidades e tristezas, tudo dentro de sua infantilidade. Anos depois esqueceu disso tudo, partiu para a vida profissional, compromissos e seguiu o rumo que a vida impunha. Não mais escrevia, apenas ensinava crianças a escreverem, depois a terem noções musicais etc... Não mais lapidava palavras, mas as tinha, brutas, guardadas no coração, apenas esperando o momento de germinarem poesias.
Um dia porém, num passado recente, conheceu o Recanto das Letras e impulsionada por uma amiga disse: vou participar, mas apenas com uns quinze textos, era a sua média, pois não tinha tempo, nem inspiração para mais. Achou o espaço Recantista lindo, com poetas de muito gabarito, na verdade até intimidou-se em publicar algo. Mas o fêz nos quinze textos que rascunhara, num estilo simples e na maioria reflexivos. Assim de passo em passo, seguindo por este tempo, foi aqui angariando alguns amigos, aprendendo sempre, sendo feliz no que lhe concedeu a vida, sem muito pedir, sem colocar tudo que poderia, pois o tempo não permite maior participação. Sempre foi respeitada dentro de seu estilo e respeita a todos. O apelido de Poetisa da Flor, da Música e do Amor foi-lhe dado por sua amiga Marilena, que não é poetisa, mas sua parceira nos estudos e eventos musicais. Hoje nos 1.000 textos aqui postados, a menina de tranças do passado, serelepe dos jardins encantados, das flôres que ama e cuida e da Música que procura nunca deixar, vem agradecer e está postando o milésimo, entoando um canto de alegria e agradecendo a todos e ao Recanto por existirem.
Obrigada sempre a todos pelo incentivo e por lerem as garatujas que escrevo.
A vocês, um abraço poético amigo, de Marida Lavienrose!

 
26/03/12
Marilda Lavienrose
Enviado por Marilda Lavienrose em 26/03/2012
Reeditado em 11/09/2013
Código do texto: T3576663
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