Destino de um sol...

    Quem estaria interessado em saber que o planeta azul, a nossa mãe Terra, viaja pelo espaço sideral a uma velocidade média de quase 107 mil km por hora? Só mesmo os cientistas ou um curioso anônimo qualquer. No entanto, foi durante essas fantásticas Odisséias elípticas, e também em torno de si mesma, tendo o sol como recompensa, que povos do mundo inteiro passaram a se conhecer, formando assim as sociedades mescladas em diversas partes do mundo, inclusive no nosso país. 

   E como já estava escrito, ou pelo menos previsto, o destino se encarregou de fazer a sua parte, aproximando dois desses seres humanos, completamente diferentes em suas raças, culturas e costumes. 

   O tempo passou, porém seus olhares guardaram um ao outro no fundo da memória e, posteriormente, dentro do coração para nunca mais se separarem. Tanto é verdade que após o tempero desta consagrada união nasceu você, concebida com muito amor e carinho. Na tradição se diria a primogênita, mas isso nem vem ao caso agora porque você tornou-se muito especial dentre as milhares de criaturas que constituem a humanidade. 

   É evidente que você nem se lembre quando isso aconteceu, entretanto, se nos permite, vamos avivar um pouquinho a sua memória pegando uma carona na espiral do tempo. Assim, faremos uma breve viagem, serpenteando através dela até pousarmos num belíssimo e inesquecível dia vespertino. Pouco importa o ano até porque não é bem esse o nosso objetivo. 

   Pois é garota, talvez você jamais imaginasse que alguém tivesse a coragem e paciência para investigar isso, não é mesmo? 
Mas é só um pouquinho, tá!? 
Nada de invadir ou bisbilhotar a sua privacidade. 

   Se a magoarmos que nos perdoe porque a nossa intenção é apenas prestar-lhe uma simples homenagem pela sua existência; recordando que naquela inolvidável tarde de outubro de um ensolarado domingo você foi a primeira a despertar para a vida. E enquanto os ponteiros dos relógios rompiam o último quarto de horas após as quinze, o seu inconfundível choro mudou para sempre as vidas de um homem e de uma mulher – seus queridos pais – que, perante as leis divinas e civis, se comprometeram em gerar você. 

   Mas, como não será possível estender muito o assunto, ressaltemos aqui apenas os bons momentos que você já compartilhou ao lado da sua família desde os primeiros passos ainda trôpegos; a linguagem infantil, as casinhas de bonecas, as travessuras, o despertar do primeiro amor, o beijo roubado, enfim... Depois vieram os estudos, a feliz escolha profissional, e a dedicação ao trabalho até os dias atuais. 

   Embora nem tudo tenha sido maravilhas, você venceu as adversidades que sugiram em seu destino. Afinal, você se tornou mãe, que é a maior graça que a mulher pode ter. E se hoje você está aqui recebendo esta pequena homenagem é porque além da sua família há tantas outras pessoas que também a amam e têm um imenso carinho por você. 

  Seguramente estarão sempre dispostas a lhe estender as mãos e não apenas para cumprimentá-la. Além disso, como o seu próprio nome simboliza a existência do sol, que esta luz esteja eternamente em seus caminhos para que seja feliz e bem amada como sempre foi. 

  E persista em seus novos objetivos porque a você são reservados todos os direitos; 
  De sorrir, de amar, de viver em plena harmonia com a natureza... 

  Sê também valiosa para que as sementes do seu saber se espalhem pelos campos como as águas que serpenteiam por entre as entranhas do nosso majestoso planeta! 

  NB - Classificada no concurso "E Por Falar Em Amor III" - Litteris Editora

                                       
Milton Cavalieri
Enviado por Milton Cavalieri em 16/10/2005
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T60059