Olhos: Identidade da Alma

"Pedro, juntamente com João, fitando os olhos nele, disse: olhe para nós" (At. 3:4).

Creio que uma apresentação franca entre as pessoas deveria ser: "Bom dia! Sou fulano de tal, olhe nos meus olhos, quero que me conheças de fato quem sou". Seria uma apresentação sincera. Um grande número de pessoas não estão se olhando mais, às vezes, se falam, porém, com olhares fugidios. Talvez porque ao se falarem, consigam esconder algum sentimento reprovável para o momento, o que é mais difícil quando se olha diretamente nos olhos.

Infelizmente, os relacionamentos, em sua grande maioria, são superficiais, as pessoas estão se olhando, entretanto, não estão se abrindo para o conhecimento mútuo. A Bíblia, no livro de Atos 3:1-10, relata a história de três homens, em um encontro marcado por Deus, que, ao se olharem, coisas tremendas aconteceram. Eles eram: Pedro, João ( dois pescadores, aparentemente rudes ), e o outro, um homem de quarenta anos, enfermo, desde o ventre materno. Este homem vivia da caridade alheia, pois, até para se locomover para seu ponto de medicância, precisava de quem lhe conduzisse, porque era coxo. E, alí, na porta do templo, chamada Formosa, que a história de sua vida se desenrolava... Até que um dia vendo Pedro e João, que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. Quando aqueles dois homens simples, iam em direção ao coxo, fatos inusitados estavam para se desenrolar. O sobrenatural interveria no natural, um milagre se anunciava.

O coxo olhava para o exterior daqueles pescadores. Olhava para o visível. Olhava somente para a possibilidade de receber algumas moedas. Mas quando aqueles dois pescadores se aproximaram do coxo, disseram-lhe: "Olhe para nós...". Podemos ampliar o sentido destas palavras, ficando assim: "Não olhe somente para o que é aparente, mas para o que está além do seu alcance. Olhe para o que está mais adiante, fixe os olhos na possibilidade da fé, o exterior é apenas aparência, sombra, um espectro.

E, ao mesmo tempo que buscavam um relacionamento transparente com aquele homem coxo, Pedro e João, se faziam conhecer: "...fitando os olhos nele...". Estavam face a face. Este encontro marcaria suas vidas para sempre. Neste momento o visível e o superficial ficaram relegados a segundo plano. A aparência rude daqueles dois pescadores foi ofuscada pela firmeza com que olhavam para aquele coxo. O estado lastimoso daquele homem prostado na sua enfermidade perdeu sua importância. O que mais interessava naquela hora era o seu olhar: "...Olha para nós...", queremos que você veja, através da menina de nossos olhos, aquele que habita em nossos corações: Jesus Cristo.