A Voz da Poesia

Poesia é coisa que aflora

Que se tem que pôr para fora

Como flor que precisa se abrir

São pétalas de versos

São sons de mundos diversos

Palavras que estão a florir

Poesia é um canto divino

Se descrever o mundo é desatino

Dois mundos estão a colidir

Recolho-me às cifras do meu verso

Um grito que não se pode engolir

Uma letra pode ter tudo a proferir

Para encantar a minha tarde

O pôr-do-sol com sua luz me invade

Minha privacidade o curió vem descobrir

Se canta uma canção comigo

E a ele não dou gaiola dou abrigo

Nunca mais ele irá partir

Canta o curió na minha poesia

E de tristeza ele morreria

Se a ele eu tivesse que mentir

Mentiria se colocasse na gaiola

E o trancasse, para não ir embora

Meu próprio canto não teria motivo de sorrir

Deixo o curió livre voar

Eu voo com ele para me inspirar

Ele com o seu cantar e a natureza a aplaudir

Choro quando não ouço seu canto

Sem árvores, ele que sente o pranto

Das matas que estão deixando de existir

Minha poesia fala, canta, suplica

Para salvar uma melodia tão bonita

Minha voz é canto que não se cala ao dormir

A voz da poesia é um passarinho

Que chega de mansinho

E não sabe bem aonde ir

Se a poesia é uma rama

Que se enrama em quem ama

Sua voz chama a quem possa lhe ouvir

Rosilda Pessoa
Enviado por Rosilda Pessoa em 29/02/2016
Código do texto: T5558608
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