O Pássaro Encantado
Humilde chegou próximo do palco, pediu a antiga canção para o quinteto da praça.
Foi ouvido.
Naquele momento foi ouvido, saiu da massa ignorada.
Alto magro habitante da casa do mundo -aquela sem teto que acolhe os filhos rejeitados pela sociedade.
Ao som de Chico Mineiro, tirou dos ombros o único bem que possuía - a tosca mochila desbotada.
Encostou-a cuidadosamente no banco da praça, ao lado da frondosa paineira.
Do palco percebia-se a nítida transformação - do homem sofredor para o pássaro encantado.
No ponteado da viola, na letra melodiosa reverenciava os céus, bendizia o momento, dançava, girava, flutuava.
Por fragmentos de segundos, extasiado alçou o vôo tal qual um nobre falcão.
Finda a melodia aproximou-se do palco, com um sorriso de poucos dentes agradeceu comovido.
Em seguida virou-se deu um aceno apanhou a tosca mochila, o pássaro encantado perdeu-se na multidão.
(Ana Stoppa)
(Participo de um quinteto de músicas sertanejas e gaúchas, nos apresentamos cantando quinzenalmente em uma praça popular
aos sábados. ( muito emocionante a cena - ví o pássaro voar, prometi a mim mesma que tentaria descrecer a magia do momento, fato passado na primeira quinzena de março passado.)
Humilde chegou próximo do palco, pediu a antiga canção para o quinteto da praça.
Foi ouvido.
Naquele momento foi ouvido, saiu da massa ignorada.
Alto magro habitante da casa do mundo -aquela sem teto que acolhe os filhos rejeitados pela sociedade.
Ao som de Chico Mineiro, tirou dos ombros o único bem que possuía - a tosca mochila desbotada.
Encostou-a cuidadosamente no banco da praça, ao lado da frondosa paineira.
Do palco percebia-se a nítida transformação - do homem sofredor para o pássaro encantado.
No ponteado da viola, na letra melodiosa reverenciava os céus, bendizia o momento, dançava, girava, flutuava.
Por fragmentos de segundos, extasiado alçou o vôo tal qual um nobre falcão.
Finda a melodia aproximou-se do palco, com um sorriso de poucos dentes agradeceu comovido.
Em seguida virou-se deu um aceno apanhou a tosca mochila, o pássaro encantado perdeu-se na multidão.
(Ana Stoppa)
(Participo de um quinteto de músicas sertanejas e gaúchas, nos apresentamos cantando quinzenalmente em uma praça popular
aos sábados. ( muito emocionante a cena - ví o pássaro voar, prometi a mim mesma que tentaria descrecer a magia do momento, fato passado na primeira quinzena de março passado.)