MEU DIREITO

Tenho direito de rasgar meu peito e deixar jorrar a dor do que já foi.

Tenho direito de esmurrar o vento na tentativa de me tornar campeã da luta para me encontrar, sem ser nocauteada.

Tenho direito de explodir em verdades que doem até esgarçar a alma, porque sou capaz de penetrar no mar dos meus olhos, através do frio aço do espelho.

Tenho direito de cobrar amor de quem deliberadamente fingiu me amar quando, na verdade, me usou covardemente ávido a se autoafirmar.

Tenho o direito de enviar meu grito de socorro ao céu doendo de azul e fazê-lo ecoar nas mentes daqueles que, realmente, fizeram a diferença em minha vida.

Tenho o direito de entristecer meu coração, hoje blindado, refratário a novas emoções por pura opção.

Tenho o direito de escurecer minha vida, apagar as luzes e repousar meu corpo cansado de suportar essa alma dolorida.

Tenho o direito de afrontar todo o ser que colocou minha mente no torno da vida e rodou a manivela até o deteriorar da magia.

Tenho o direito de resgatar a dignidade, a autoestima, o pensar tranquilo roubados pelas mãos daqueles que abortaram a minha alegria.

Tenho direito, como tenho.....