ENSAIO SOBRE POETAS - VOLUME 1, poetapovo

POETA-POVO

O Arnesto nos convidô prum samba, ele mora no Brás, nóis fumo e não encontremos ninguém, nóis vortemo cuma baita duma reiva, da outra veiz nóis num vai mais, nóis não semos tatu! Outro dia encontremo com o Arnesto, que pidiu descurpa mais nóis não aceitemos. Isso não se faz, Arnesto, nóis não se importa, mais você devia ter ponhado um recado na porta, anssim:

- “A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros, vinha da boca do povo na língua errada do povo. Língua certa do povo. Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil. Ao passo que nós, o que fazemos é macaquear a sintaxe lusíada". Assinado em cruz porque não sabemos escrever (Manuel Bandeira)