Dúvidas...

Nas grandes dúvidas residem grandes certezas, dizia o filósofo Rene Descartes. Quando a duvida não é um fim em si mesmo, quando ela é somente ponte, então o que se recebe dela é muito mais do que se perde.

A duvida angustia a alma que, inquieta e impaciente, sempre busca respostas prontas, é o imediatismo contemporâneo que invade o ser humano.

Gostamos de respostas prontas. Mas as vezes o grande segredo da vida é saber conviver e aprender com as perguntas que chegam até nós.

A pergunta e a duvida deve demorar em nós. E a resposta que se busca está contida na própria pergunta, precisamos entender melhor a pergunta então para iniciar e ensaiar a resposta.

Porém, a pior decisão é a indecisão. Não podemos ficar em "cima do muro" eternamente, precisamos decidir, dar um parecer, dar um Sim que as vezes parece ser Não.

A duvida provoca uma resposta, mas a indecisão paralisa a resposta que ja foi dada. E o que já foi decidido, pode ser colocado em dúvida?

A indecisão talvez é fruto de uma decisão prematura, isenta de uma dúvida eficiente, onde se alcançaria uma convicção permanente.

Quão difícil é a indecisão, mas se ela existe é sinal de falha na decisão. Não, não é proibido recomeçar, decidir novamente, ainda que seja por outro caminho. É preciso duvidar também da indecisão, qual sua motivação e influência? Merece reflexão e ulterior decisão?

Enfim, é preciso saber que a duvida é necessária para a construção de respostas convictas e permanente.

Em suma, não podemos nos iludir com as respostas. Não há decisão perfeita, há uma escolha certa. A escolha certa é aquela que tem haver com nossa realidade e com nossos sonhos, na liberdade do querer acertar e ser feliz.

Eu? Estou em dúvida, tentando achar a tomada da luz no escuro, na procura demorada de uma resposta que, apesar de ser instântanea custa o meu futuro.

Tu, ó dúvida! em mim, é bem vinda;

Não te desprezo, te acolho e contigo rezo

Tu és a dinãmica da minha vida.

O que não sei ainda... a que me convidas.

O que há em mim e o que ainda pode ter.

Arranco de mim ao plantar-te no meu coração,

Uma resposta que provocas.

És ponto de interrogação que faz nascer exclamação.

És certeza velada que trabalhada vira conviccão.