O trabalho e sua dicotomia
Para alguns, talvez inspirados no mundo antigo e medieval, o trabalho é visto como um castigo. Isto porque tripalium, origem etimológica da palavra trabalho, era um instrumento que se colocava nas pessoas para produzir desconforto; logo, o trabalho tinha a concepção de castigo, de escravidão.
Óbvio que tal concepção, através da religião, dos filósofos foi sendo alterada. O trabalho foi visto como uma forma de o homem ser dignificado. Sim, porque nele o homem se compromete em ser responsável, aprende a cuidar de si e dos outros.
Assim sendo, o tripalium foi sendo substituído pelo poeisis, também do grego que significa "minha obra".
É complicado quando a visão que se tem do trabalho é fardo. Tudo fica vazio e sem sentido, só existe sacrifício, longe da realização, num interesse insatisfeito e cansativo.
O fardo pode ser tirado, e nesse caso basta quebrar o paradigma da idéia de trabalhar.
Seu trabalho é sua obra, pois naquilo que se faz está também aquilo que se é. Devemos desejar sempre a autencidade, ou seja, ser ao fazer. Os atos que faço constituem aquilo que sou.