Prisão

Não existe coisa que demonstra mais liberdade do que quando podemos ser nós mesmos, não usar máscaras para que nos aceitem melhor nos grupos, nas tribos da sociedade. Isso é sinônimo de liberdade de expressão, mas vivemos em momentos que não podemos demonstrar quem somos o tempo todo a todas as pessoas. Devemos ser mais contidos, mais complascente, menos demonstradora de nossos sentimentos mais íntimos, estamos em uma prisão imposta pelos ditames da sociedade.

Por toda a minha vida eu tive a forte convicção de que eu eu deveria ser e demonstrar quem eu era em qualquer situação, em qualquer lugar a qualquer pessoa, e sempre fiz questão de fazer isso, não importando a consequência de ser sempre eu mesma. Se fosse diferente disso, eu acreditava que estava sendo falsa.

Mas de um certo tempo para cá, estive reavaliando os meus conceitos, tive que começar a usar máscaras com largos sorrisos, quando na verdade a minha alma estava se esvaindo em lágrimas, tive que fazer com que pensassem que eu estava achando tudo muito bom, quando na verdade eu não concordova com metade daquelas coisas. Tive que conversar quando preferia ficar calada, só observando. Tive que estar em lugares diversos quando eu preferia estar no aconchego da minha casa... Fora usar roupas, calçados, comer alimentos que não tem muito a minha cara...

As pessoas não gostam, ou não estão preparadas para a realidade, não estão acostumadas com a verdade que as pessoas podem e querem demonstram em seus atos. Isso me prende um pouco, me faz sentir tão diferente do que sou, tão infeliz que às vezes tenho vontade de sumir. Não ser aceito por quem sou, ou ser aceita por ser quem querem que eu seja? Questionamento interminável e contraditório. Mas tive que aprender que nem sempre, não demonstrar o que sentimos, queremos ou o que pensamos, estamos sendo falsos, só estamos sendo um pouco mais sociáveis.

Sinceramente, eu não sei até quando conseguirei agir assim, pois essa não sou eu, e ninguém consegue ser outra pessoa por muito tempo, ainda mais quando se trata de essência, mas espero estar sendo mais compreensiva, mais compreendida, mais compassiva e por tudo, mais aceita. Mas nunca quero ser falsa, apenas ainda mais contida do que sou.

Vannessa Adryanna
Enviado por Vannessa Adryanna em 31/01/2011
Reeditado em 31/01/2011
Código do texto: T2762640
Classificação de conteúdo: seguro