CAÇA E CAÇADOR

A entrega ao ato de amar é tão natural quanto comer e beber. Vale o brinde à vida curtindo o sumo do dia seguinte. Fazer cintilar o poema é possuir sua natureza desejosa, compartilhar de sua inusitada irreverência sensual. Copular com ele tantas vezes até o gozo. Antes que o humor se transmute e se esvaia no hálito do que passa. Este se vai, a poesia fica. O poema amoroso é o beijo do hálito que ficou para além do instante.

– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012.

http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/4046691