A CONCEPÇÃO DA POESIA

Por vezes, a centelha da Poesia é uma repulsa ao escárnio do mundo dos fatos, que doi fundamente na sensibilidade. Uma golfada amorosa sobre aquilo que não se gosta ou faz mal aos olhos espirituais do criador. É a repulsa máxima ao mundo do real, àquilo que é malfeito, àquilo que é maldito, urdido à socapa. É o não moldado aos padrões de convivência em algum momento dado da comunidade. A manopla poética produz o soco no Mal – imaginado, tido ou havido. Poetas "malditos" como Paul Verlaine, Rimbaud, Baudelaire, Lautréamont, Ginsberg, Poe, Gregory Corso, reelaboram a indignação. O poema nunca surge de graça, sem fundamento, sem alma indutora. O amar é o seu vigoroso gládio.

– Do livro O AMAR É FÓSFORO, 2012.

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