O Tempo

 
O tempo nos arrasta em suas engrenagens, muitas
vezes por nada. 

Somos frágeis e não raras vezes perdemos a noção desta preciosidade.

De outro modo, fato é que basta-nos um ensaio de felicidade para
 nos  sentimos felizes.

Esquecemos as angústias,
a solidão que campeia,  a ausência
do abraço amigo,
 o emudecer das  vozes queridas.

 O  silêncio  impera...


Acostumamos-nos  com isso sem que caiam as fichas,
deixamos nossas ricas sementes de amizade

desprotegidas  sob o sol da indiferença – muitas  delas se
degradam de forma  irremediável.


Desprezamos a oportunidade de dizer um muito obrigado,
você me faz falta, estou com  saudades...


Suprimimos o tempo da necessária convivência,  da troca de
afeto, da pausa para um café,  da alegria
 diante do simples,
tudo isso amparado na mesmice
 do pretexto de que o faremos no dia seguinte, quando prosseguimos no agitado cotidiano sem tempo para nada.

O despertar da consciência se faz urgente para que o hoje seja dedicado ao amor fraternal, ao agradecimento,  à solidariedade,
à convivência com as pessoas queridas,
porque amanhã pode ser tarde, isto porque no  contador
veloz deste implacável relógio,  muitas vezes os sonhos 
e os planos do ontem carregados para um  futuro incerto, quando nos dispomos a realizá-los  já perderam por completo o sentido.

Ana Stoppa


 

Ana Stoppa
Enviado por Ana Stoppa em 28/07/2014
Reeditado em 28/07/2014
Código do texto: T4899387
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