PUDORES

Palavra não tem pudores. Somos nós que a defloramos com postiças hipocrisias. E nem sempre na hora precisa, à conta e ordem da precariedade do ter. Afinal, o gozo e as faltas localizadas também são lindos, mas quase sempre inesperados e/ou intempestivos. É de bom alvitre pagar o preço dos cochichos ao ouvido e dos atos de pretensa entrega. O prazer de alcova dificilmente é matéria de troca. O dinheiro desaparece quando o gozo é bom.

– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2014.

http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/5025002