UM GRAVE EQUÍVOCO

O maior equívoco é acreditarmos que nós, seres tão falhos e imperfeitos, somos a medida de todas as coisas e o centro onde todas as coisas devem gravitar. Onde cresce essa presunção de enxergar no homem como o ser que detém a soberania do universo, ou como o ser que tem a autoridade de levar às últimas consequências o fazer o que bem entende, sem se importar com nada além de si mesmo e do seu próprio ser miserável, se amplifica também na mesma proporção uma ânsia diabólica de tudo invadir e dominar; e, ademais, aumenta a insensatez de uma ousadia absurda que o faz viver como se fosse uma divindade nos moldes de um Nabucodonosor e Senaqueribe, reis que acreditaram cega e piamente na pequenez de sua própria força e magnitude. O resultado dessa arrogância bestial em nosso tempo não poderia ter sido mais desastroso: a eclosão das catástrofes das grandes guerras mundiais em países "civilizados", bem como as mazelas das carnificinas que mancharam para sempre a história da humanidade. Tudo o que o homem não pode ultrapassar nos seus esforços e, mesmo assim, se obstina em suas vãs ambições, é aquilo que o conduz de forma fatal e trágica ao caminho de sua própria ruína e autodestruição.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 22/10/2020
Reeditado em 22/10/2020
Código do texto: T7093336
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