Mecanismo de controle

Sofri, chorei e apesar de tudo isso

Lembrei de um passado distante feliz

Havia um tempo que olhar nos olhos

Era uma troca de verdades e cumplicidade

Mas hoje, pouco no conhecemos

As relações cada vez mais liquidas

Mais superficiais, frias e distantes

Nos transformaram em zumbis cibernéticos

Me apego ao velho Zygmunt Bauman

Sociólogo de profissão e humano como todos

Que dizia com sua sabedoria:

“Tudo é mais fácil na vida virtual,

mas perdemos a arte das relações sociais e da amizade”.

Sim, perdemos a arte da realidade

Temos o medo da aproximação

Sentimos repulsa pelas boas tradições

E a amizade do toque humano,

Nos deixa horrorizados...

Não importa a geração, X, Y ou Z

Estamos nos afastando

Entregando parte de nossa humanidade as máquinas

E um dia sem perceber

Seremos também máquinas

Guiados por governos controladores

Que disfarçam o controle de nossas vidas

Sobre o manto do controle de nossas escolhas

Perderemos o controle, seremos zumbis

Guiados pelo grande olho que tudo vê

E esse olho é o estado autoritário

Disfarçado de liberal democrático

Até a fé será vista como inimiga

E eles dirão:

A ancora da fé é baseada no que não se pode provar

Sem fé, estaremos longe da manipulação

E assim não haverá medo

Sem o medo. Estaremos livres do que nos limita

E por trás dessas palavras haverá um embuste

Um mecanismo gigantesco de controle

Eis a dor, o sofrimento que esse mundo mecanicista traz

As relações humanas estão esfriando

Cada vez mais delegamos poderes a governos traiçoeiros

Esperamos que instituições governamentais nos proteja

Esperamos que governantes nos tragam a felicidade

E por fim, esperamos que eles nos digam como viver

E quando isso acontecer, estaremos perdidos

Pois quem deve ou não decidir como viver é você

“Nenhuma revolução social pode triunfar se não for precedida de uma revolução nas mentes e corações do povo.”

Piotr Kropotkin

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 22/05/2021
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