CAMINHOS

Nas trevas,

pela tenebrosa areia movediça,

ainda que com lentos passos

cautelosos e inseguros,

ora de pé, ora rastejante,

caminha…!

Lugar onde a atenção redobra,

a morte se avizinha

e até um assobio causa arrepio;

os olhos não desfrutam sono,

a mão que se estende

está na mesma condição,

ajuda…!

O corpo molhado e frio.

À luz do dia e ao luar,

pelas estradas secas,

largas e pavimentadas,

entre solertes sobejos,

canções, abraços e beijos,

nas praças e nos campos abertos

a imensa multidão cerca,

sufoca, desencaminha

e apunhala…

Nesse tortuoso,

continuo,

onde muitos para o fundo puxam,

jazem e a muito afundam…;

dia após dia,

quem fica, o abismo atravessa.

Respira…!

Levanta…!

Inspira quem fraqueja…!

O fim do caminho todos sabem,

é certo…,

independente do desvio

que paguem ou peguem...

Por aqui, poucos ousam

os que me seguem!