A QUEM TEM PAPEL BANALIZADO ("Há muito tempo que o papel de sensato é perigoso entre os doidos." — Denis Diderot)

Esta crônica é para questionar meu papel na escola e a falta de compreensão dos alunos sobre o papel deles. Por isso, submeto-me aos maus tratos e tento me tornar um bom personagem para a comunidade interna. A banalização de meu papel me destrói aos poucos e agora só me resta uma coisa, tomar analgésicos pedagógicos como paliativo. Questiono também por que os alunos têm uma média excelente em português e matemática; mas, a escola tem uma média 3,1 na prova do Ideb. E por que todos os mecanismos didáticos e avaliativos promovem o aluno sem mérito na engrenagem oficial sem respeito ao que é justo.

Um aluno do oitavo ano já deveria saber perfeitamente o seu papel na escola? Mas, não sabe! Como posso lhe exigir que saiba qual é o papel do professor? Por isso, submeto-me a seus maus tratos, mostrando compreensão e tentando viver um bom personagem para a comunidade interna. Todavia, não adianta muito, reina a violência, agressividade, ataque, atentado, bestialidade, brutalidade, crueldade, dureza, ferocidade, atrocidade, barbaridade, desumanidade, inumanidade, hostilidade, selvageria.

A banalização de meu papel, por toda comunidade, destrói minha imposição. Agora só me resta tomar (anal)gésico pedagógicos como paliativo. Já fui treinado para compreender outras coisas mais graves, porém, não compreendo o porquê dos alunos terem média excelente em português e matemática, em seu boletim, mas como é que a escola tem média 3,1 na prova do Ideb? Será que os alunos não estão levando a sério as provas do governo, a ponto de boicotarem-na, ou não são parceiros?

A verdade é que todos os mecanismos didáticos, e avaliativos, e presentes do sistema educacional público estão aliados no sentido da promoção do aluno, de qualquer jeito, justificando funções sem sentido na engrenagem oficial. E assim a quantidade mina o valor(qualidade). Cifa