DECISÃO SUPREMA

Ou decidimos ser éticos e justos dentro de nossa condição, e então estaremos sujeitos a sofrer com as injustiças de outrem, recebendo muitas vezes o martírio que a própria ignorância ou crueldade alheia pode nos infligir (nesse caso, existe uma certa coragem em não deixar de ser bom só por que uma sociedade inteira se perdeu na iniquidade); ou então encarnamos o ideal imoral do perverso, e assim faremos de nossos inimigos em potencial um meio para atingir os nossos próprios objetivos ou a oportunidade para exercermos o nosso ressentimento contra quem pode nos destruir. Mas eis que entre tais extremos de conduta está inserido a maior parte da humanidade: composta de indivíduos em conflitos com sua própria potencialidade e maneira de ser, ora tomando atitudes que inspiram uma luz de santidade, ora decaindo na depravação de tendências destrutivas e perniciosas. A vida humana é essa estranha fonte de paradoxos e contradições, cujo maior diferencial é ser atormentada pela sua própria consciência, uma enfermidade que cura os homens da perda de sua alma.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 14/01/2023
Reeditado em 14/01/2023
Código do texto: T7695164
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