Trivial

Digo que te amo

E você acha isso trivial

E dentro de mil planos

Queria que fosse algo acima do normal

Mas não é, é apenas algo que já não te conforta

Te chamo e você apenas vira sua cabeça

Não dando tanta atenção ao que vou falar

O que vou falar tem importância

Mas me calo, mudo me entrego ao seu desprezo

Afinal de contas, já não faço parte das suas necessidades

Sendo isso verdade, posso então partir

Posso sair sem dizer adeus, sem alarde

E ainda que seja tarde peço mais um beijo

Aquele de despedida, onde lábios grudam

Apenas isso e nada mais...

Sendo seu desprezo tão visível

Me lanço ao invisível

Saio de cena, isso não é um problema

Parti, triste, peito pesado

De alguma forma humilhado, mas parti

Semana passada, você me ligou

Pediu quase sussurrando para conversar

Consenti, com o coração em pedaços

Consenti, pois te ouvir era mais fácil

E você falou, desabafou e chorou

Fiquei quase calado, parafraseando as vezes

E você do outro lado, parecia triste

Atacada por forte dor que só existe

No coração de quem um dia se engana

Ou se desilude com o que antes tinha como certo

E eu modesto, de alguma forma tentei lhe guiar

Falei que a dor iria passar, tudo passaria

Perguntou se poderia me ver

Se poderíamos nos encontrar

Disse que sim, não guardei rancor

E seja lá como for, no amor há esperança

Na esperança há sonhos e nos sonhos expectativas

E se for novamente para ser trivial

Que seja, pois dessa vez não haverá desilusão

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 19/05/2021
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