A dor que, em si, me dói

A dor que, em si, me dói

Mora em tudo que não me dizes

No anseio por dias felizes

Que, em si, me faz esmorecer.

A dor que, em si, me dói

Em nada me poupa o crime

De desejar-te na arte que exprime

A dor que, aos poucos, me faz morrer.

A dor que, em si, me dói

É tristeza pura no partir

A partir do antônimo de rir

Que tirou, de mim, para ti,

Meu coração que te vê sorrir.

A dor que, em si, me dói

Vem dos dias que possuo

Da vida que quase tenho

Dos dias que me abstenho

Da tristeza que sinto e calo

Pois sei que outro te tocou

A dor que, em si, me dói

Mora em tudo que quase dizes

Na tua arte que quase exprimes

No desejo que sempre finges

De viver a vida que reprimes

Do anseio livre que oprimes

Quando tentas me poupar do crime

De morrer de vez por te querer.

Carlos Maciel CJMaciel
Enviado por Carlos Maciel CJMaciel em 20/02/2023
Reeditado em 20/02/2023
Código do texto: T7723996
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