MANDEI A GAROTA EMBORA...
Mandei a garota embora e o inferno se abriu a minha frente
E a fumaça do martírio machucava minha carne
Derretendo até meus ossos...
Meus olhos queimavam assim que ela se fora
Impulsionados pela tristeza em meu coração...
Mandei a garota embora...
Nos minutos seguintes meu mundo se destruiu
E aconteceu pedaço a pedaço...
Como um espelho que se quebra e os pedaços caem devagar
E cada pedaço que caía
Revelava a realidade sem vida que me esperava
Meus sonhos estavam depositados na alma daquela que se fora
Uma alma não é nada sem sonhos...
O que será de mim sem ela?
Mandei a garota embora sem pensar duas vezes
Sabia que ela era importante para mim
Mas ela não compreendia o quanto...
Não sentia o quão tenro eram meus abraços
O quão sinceras eram minhas palavras
O quanto eu a amava...
O quanto eu a estimava...
E assim ela me dera o desdém como agradecimento
Mantive minha visão obliqua...
Ignorei a realidade e preferi o devaneio da paixão
Pois minha alma só se completa com a dela ao meu lado
Minha cara metade...
Experimentei no fim um dos piores ditados do amor
"...Ele cega para a realidade..."
"...Ele te trasforma em uma marionete do coração..."
Mandei a garota embora quando não mais suportava
E o pior estava por vir
Sentir falta...
Sentir meu corpo sofrer na abstinência dela aqui...
Pois não há uma substituta para ela
Não para o que ela me faz sentir
Ninguém pode ser para mim o que ela é...
E embora ela foi, com lágrimas na despedida
Gesto que não fazia sentido em minha mente
Não ilustrava o que estávamos vivendo há tempos
De todo modo, aquelas gotas eram como arames farpados
Enroscando-se em meu coração e fazendo-o sangrar
Em uma realidade que há muito eu ignorava
Inevitável...