MANDEI A GAROTA EMBORA...

Mandei a garota embora e o inferno se abriu a minha frente

E a fumaça do martírio machucava minha carne

Derretendo até meus ossos...

Meus olhos queimavam assim que ela se fora

Impulsionados pela tristeza em meu coração...

Mandei a garota embora...

Nos minutos seguintes meu mundo se destruiu

E aconteceu pedaço a pedaço...

Como um espelho que se quebra e os pedaços caem devagar

E cada pedaço que caía

Revelava a realidade sem vida que me esperava

Meus sonhos estavam depositados na alma daquela que se fora

Uma alma não é nada sem sonhos...

O que será de mim sem ela?

Mandei a garota embora sem pensar duas vezes

Sabia que ela era importante para mim

Mas ela não compreendia o quanto...

Não sentia o quão tenro eram meus abraços

O quão sinceras eram minhas palavras

O quanto eu a amava...

O quanto eu a estimava...

E assim ela me dera o desdém como agradecimento

Mantive minha visão obliqua...

Ignorei a realidade e preferi o devaneio da paixão

Pois minha alma só se completa com a dela ao meu lado

Minha cara metade...

Experimentei no fim um dos piores ditados do amor

"...Ele cega para a realidade..."

"...Ele te trasforma em uma marionete do coração..."

Mandei a garota embora quando não mais suportava

E o pior estava por vir

Sentir falta...

Sentir meu corpo sofrer na abstinência dela aqui...

Pois não há uma substituta para ela

Não para o que ela me faz sentir

Ninguém pode ser para mim o que ela é...

E embora ela foi, com lágrimas na despedida

Gesto que não fazia sentido em minha mente

Não ilustrava o que estávamos vivendo há tempos

De todo modo, aquelas gotas eram como arames farpados

Enroscando-se em meu coração e fazendo-o sangrar

Em uma realidade que há muito eu ignorava

Inevitável...

Zhe Blackhart
Enviado por Zhe Blackhart em 20/06/2008
Código do texto: T1043493
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