CONTOS ESTRELADOS

Vento vergasta minha janela.

Gotas chuvosas formam desenhos envidraçados.

Lágrimas afogam-me inteira.

No meio do céu chuvoso descobri uma estrela.

Altiva, brilhante, só.

Inesperadamente sinto-a aqui.

Acabo envolvida.

Descobri que esse vazio imenso é eterno.

Ouço contos estrelados.

Não me convencem.

Perdi o poder de sentir,

de sonhar.

Por um simples motivo:

mataram-me.

Escrito em 27/09/1976