Sonhos epiléticos

Ela tinha um sorriso trôpego

Mas disfarçava com cosméticos

Adentrou a universidade

Mas manejava eletrodomésticos

Contemplava a beleza

Dos monumentos esqueléticos

Devorava pergaminhos vermelhos

Em busca de saberes dialéticos.

Gostava de ver na tv

Histórias de amores frenéticos

Consumia-se em orgasmos práticos

Melancolicamente estéticos.

Casou-se com um taxista

Que nutria humores ecléticos

Ouvia discos de Bob Dylan

Relembrando sonhos patéticos

Sucumbiu na sofreguidão

De seus amanheceres morféticos

Vestia-se de volúpia e servidão

Para seu mito cataléptico.

Persuadiu seu coração

A farejar caminhos cépticos.

Inexistia na solidão

De seus ataques epiléticos.

Roniel Oliveira
Enviado por Roniel Oliveira em 28/12/2008
Reeditado em 31/12/2010
Código do texto: T1357193
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