SAGA DE UM HOMEM SÓ

Boi, carreta, guilhada e matuto,

versos de um poema andante.

Amanheci boi, espera e folha,

ordem nas mãos do tempo,

danço a valsa das cadeiras,

eternizo meu sumo em várias cepas.

Tenho tudo que o vento carrega.

Fio de estrada me alimenta,

horizonte é fruta verde

nos contos da rezadeira.

Olhos cravados na trilha,

ignoro feitiços

do comboio de janeiros.

Devaneios no caminho

pintaram sóis e o rosto da amada

no vazio do espaço

de abraços prometidos.

Caminhei o que pude e não há mais tempo

de visitar os castelos

que doei aos ribeirinhos.

Tempo e arte, cruel abraço sentido

na ausência do riso esculpido

“SAGA DE UM HOMEM SÓ”.

Darci Cunha
Enviado por Darci Cunha em 29/04/2006
Código do texto: T147507
Copyright © 2006. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.