SAGA DE UM HOMEM SÓ
Boi, carreta, guilhada e matuto,
versos de um poema andante.
Amanheci boi, espera e folha,
ordem nas mãos do tempo,
danço a valsa das cadeiras,
eternizo meu sumo em várias cepas.
Tenho tudo que o vento carrega.
Fio de estrada me alimenta,
horizonte é fruta verde
nos contos da rezadeira.
Olhos cravados na trilha,
ignoro feitiços
do comboio de janeiros.
Devaneios no caminho
pintaram sóis e o rosto da amada
no vazio do espaço
de abraços prometidos.
Caminhei o que pude e não há mais tempo
de visitar os castelos
que doei aos ribeirinhos.
Tempo e arte, cruel abraço sentido
na ausência do riso esculpido
“SAGA DE UM HOMEM SÓ”.