Idealidade

Vejo o mundo ruir frente aos meus olhos e,

Num constatar passivo,

Interajo com a miséria.

Não planto flores em terrenos baldados.

Pelo contrário, quero vê-las crescendo em solo fértil,

Emergindo fortes e exalando perfumes.

Porem, no meu romper de auroras,

Eu agasto os olhos de quem eu mais queria iluminar.

Mesmo assim, teimo em dançar contra a valsa.

Jogo meu peito contra as ondas e, sem medo,

Travo uma luta desigual contra o mar.

- Mesmo sabendo de sua fúria impiedosa.

Escrevo frases sem nexo; subverto regras.

Anuncio revoluções e morro por tiros de minhas próprias armas.

Não almejo condecorações honrosas, bustos em minha memória

Ou camisetas com o meu rosto estampado... Isso tudo é tão fútil!

Quero simplesmente que a dimensão de meu modesto haicai seja,

Se possível for, compreendida não com a grandiosidade de um romance épico,

Mas com a leveza de um poema de escritor-aprendiz.

Porem, se de outra forma, prefiro não respirar; desejo, simplesmente,

Que o meu corpo silencie.

Roniel Oliveira
Enviado por Roniel Oliveira em 24/06/2006
Código do texto: T181772
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