Enfermidade do espírito

Eu estou contaminado.

Em cada célula do meu corpo,

Em minha corrente sanguínea,

Uma doença voraz se alojou

E carcome minhas entranhas.

Eu não tenho salvação.

Minhas mãos estão paralisadas,

Meu cérebro está atrofiado,

Meu coração está parando; tudo,

Todo o meu corpo está inerte

Em razão desse mal sem cura

Que mata o corpo e destrói a alma.

Eu um moribundo sentimental.

Não existe remédio ou sangria eficaz

Que extermine as doenças do coração.

- Estou condenado, esta é a verdade!

Porem, o mais triste, é que o meu mal,

Essa calamidade degradante e lastimosa,

Habita no intimo dos tocados pela poesia.

Esse meu lacrimoso impropério, essa mazela,

Faz com que o mundo, para alguns, seja mais belo.

O triste é saber que, no meu caso, esse infortúnio

- o amor - levar-me-á ao suicídio do espírito.

Roniel Oliveira
Enviado por Roniel Oliveira em 08/07/2006
Código do texto: T189870
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