Minha fantasia se vai num barco

‘Minha fantasia se vai num barco

Decorei, pintei, bordei, clareei, moldei

Acarinhei, adorei, esmerei, cuidei

De uma fantasia linda, rendada

Era tão especial, que logo estava acabada

Me vesti, fiz dela o meu traje

Tudo, para nada

Como brilhava dentro dela...

No nosso olhar o doce elo

Me sentia o mais belo

Quisera jamais costurá-la

A ter de demolir

Minha fantasia se vai num barco

Naufragado

Por que teve de existir?

Se era para partir assim!

Nessa vidraça, envelhecida, rachada

A minha escrita magoada

Extravasa minha alma

Uma fantasia acabada

Uma mentira naufragada

E eu, a lembrá-la...’

Rogê Luar
Enviado por Rogê Luar em 18/01/2011
Código do texto: T2736011