Minha fantasia se vai num barco
‘Minha fantasia se vai num barco
Decorei, pintei, bordei, clareei, moldei
Acarinhei, adorei, esmerei, cuidei
De uma fantasia linda, rendada
Era tão especial, que logo estava acabada
Me vesti, fiz dela o meu traje
Tudo, para nada
Como brilhava dentro dela...
No nosso olhar o doce elo
Me sentia o mais belo
Quisera jamais costurá-la
A ter de demolir
Minha fantasia se vai num barco
Naufragado
Por que teve de existir?
Se era para partir assim!
Nessa vidraça, envelhecida, rachada
A minha escrita magoada
Extravasa minha alma
Uma fantasia acabada
Uma mentira naufragada
E eu, a lembrá-la...’