CONFISSÃO

Faço de ti querido leitor,

Meu eminente confessor .

Pobre de ti!

Pensar que ainda pagas

Para me ouvir;

Ouvir lamúrias e lamentações vagas,

Lembranças que perturbam,

Que nem o tempo apaga.

Escuto vozes, _minha alucinação

_São os fantasmas da solidão.

Diante de mim há um espelho

Projetando a minha imagem

num ângulo distorcido

Revela sua mensagem .

É essa mensagem que ati

Repasso leitor amigo.

Fujo de mim buscando meu Eu.

Quero encontrar o sorriso,

O sorriso que a vida me negou;

Quero encontrar meu juízo,

Juízo perdido por um grande amor.

Desfio rosário como minha vó,

Como a minha mãe, estou tão só!

... Nem meu leitor,

Ninguém,

Ninguém vai chorar por mim;

Nem meu perdido amor.

Faço apenas um pedido:

Que me leve flores brancas ou de jasmim,

E por favor enfeite o meu jazigo,

E reze também por mim;

Careço descansar em paz.

Quero fechar as pálpebras pesadas

E num repousar absoluto descansarei.

"Meu Bem" não se cobrirá de luto,

Pois nada em sua vida representei.

Meu cadáver será velado

Pelos meus poucos amigos;

Os olhos, tal vez rasos d'água;

Uma breve saudade ficará consigo,

E comigo irá uma grande mágoa.

Um ou outro parente

Não poupará as lágrimas,

Fingidas ou não,

São derramadas em meu caixão.

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 20/01/2014
Reeditado em 25/05/2023
Código do texto: T4656728
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