Poesia no campo santo.
Um dia serei somente um nome,
na lápide gélida de um túmulo.
E a minha poesia, já no esquecimento,
será somente palavras
em contracapas de cadernos antigos.
Serei somente um vento que passou...
Serei um sonho que voou...
E no silêncio de um "Campo Santo",
erigido um túmulo de livros e versos;
sepultado o corpo insano;
olvidado o poema tênue;
anelada a lápide fria...
E no calor da cova profunda
os meus versos perderem a cor.
E o gênio que n'outra parte
procura alguém para inspirar...
Porque eu... Já fui ao profundo...
Eu que vivi tantas glórias e dissabores,
eu que tantos poemas fiz em tardes brandas,
Agora... Em tarde eterna...
Sem poder ver a luz do Sol,
quero somente pedir.
Pedir às crianças,
pedir aos que amam
não deixem a minha poesia ser esquecida.
Zezinho França