Poesia no campo santo.

Um dia serei somente um nome,

na lápide gélida de um túmulo.

E a minha poesia, já no esquecimento,

será somente palavras

em contracapas de cadernos antigos.

Serei somente um vento que passou...

Serei um sonho que voou...

E no silêncio de um "Campo Santo",

erigido um túmulo de livros e versos;

sepultado o corpo insano;

olvidado o poema tênue;

anelada a lápide fria...

E no calor da cova profunda

os meus versos perderem a cor.

E o gênio que n'outra parte

procura alguém para inspirar...

Porque eu... Já fui ao profundo...

Eu que vivi tantas glórias e dissabores,

eu que tantos poemas fiz em tardes brandas,

Agora... Em tarde eterna...

Sem poder ver a luz do Sol,

quero somente pedir.

Pedir às crianças,

pedir aos que amam

não deixem a minha poesia ser esquecida.

Zezinho França

Zezinho França
Enviado por Zezinho França em 13/03/2014
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