POEMA PROFANO

(“A escrita salva-nos da loucura” – ORHAN PAMUK, Nobel da literatura de 2006)

Hoje

Não vou cantar a Vida,

Nem os homens,

Nem os outros animais,

Nem as plantas,

Nem os mares, nem as montanhas,

Nem o vento, nem o sol,

Nem o azul profundo...

Hoje

Quero esquecer tudo,

Esquecer-me de mim...

Vou até esquecer DEUS!...

Quero fechar os olhos

E fixá-los no Caos distante

- O Zero Absoluto -

Partindo em alucinada viagem

Para dormir por Eternidades,

Nos braços do Grande Nada.

Quero abraçar outra realidade;

Adormecer sem sonhos,

(Que me importa que o meu sono

Não tenha sonhos?!...)

Pois tenho medo da Vida.

Sim...

Sim...

Chamem-me cobarde,

Mas deixem-me dormir!...

22.09.2007 NelSom Brio

HENRICABILIO
Enviado por HENRICABILIO em 02/10/2007
Reeditado em 26/05/2009
Código do texto: T677609
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.