HORIZONTE

Ao meu lado, recordo a presença adorada,

De mãos dadas os dois, silenciosamente...

Os passos a seguir ao longo da calçada...

Nossas sombras ao céu... - Recordo docemente...

 

A casa acolhedora, os dois chorões na entrada, 

Uma flor na vidraça a pender levemente...

Uma impressão fugaz, estranha, desolada,

No declínio da tarde e na luz do poente...

 

O beijo a se estender por trás de uma cortina,

A nossa confissão, retina com retina,

A carícia suave, a lágrima incontida…

 

Olho o horizonte, agora. As tardes são vazias...

Indago se sonhei ou não, com esses dias...

E sei que nunca mais irei sonhar na vida.