Desdém de mim

Afligias a mim

Quando me tocavas enfim

Nos confins da cor de carmim

Tornava-me refém sem fim

De súbito desfizeste de mim

Magoaste e iludiste assim

Quando disseste inverdades

Fizeste de tu vil covarde

Com tal maldade

Sem a menor piedade

Por fim me entregaste

À dor da saudade

Indefeso jogado a esmo

Tu me tiraste o sossego

Sem poder em mim mesmo

Opor-me ao contexto

Maldisseste sem medo

Nosso miserável enredo

Que tu findaste cedo

No qual lançaste o pejo

De que vale a paixão

Se me devoras então

A alma e o coração

Sem direito a perdão?

E agora? De mim o que será?

Certamente tu te lembrarás

De quem deixaste para trás

Nessa estrada sem paz

Tu que ainda não sabes

De tantos entraves

Ocultos combates

Com bestas vorazes

Em vão vagas tu sem volta

Segues desprovida de escolta

Alheia às velhas trilhas tortas

Por onde erras já morta.

Fábio Pirajá
Enviado por Fábio Pirajá em 09/01/2008
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